quinta-feira, 29 de abril de 2010

A psicologia e a maternidade.


Hoje minha cabeça está ecoando.

Verdadeiramente acredito que a vida de todo mundo tem um tema. Sério, acho que tem gente que o tema da vida é o trabalho, outros que é o dinheiro, outros o reconhecimento, outros o prazer e outros, no caso eu, a maternidade.

Outro dia li um texto do Winnicott que falava isso. Dizia que, se uma pessoa vivesse o bastante, seria capaz de ver em toda a sua tragetória o tema de sua vida, uma motivação que apareceria na sua vida pessoal e também na profissional.

Assim, acredito que a minha motivação é a maternidade. AMO esse tema, e vivo ele desde sempre.

Não é de se surpreender que esse tema me dê muito trabalho, dele saem minhas grandes alegrias, mas também minhas dores profundas. Então, se eu estou em terapia, falo sobre ele 95% do tempo.

Acontece que acho tão dificil me sentir compreendida pela psicologia quando se trata das minhas escolhas como mãe. E hoje tive um dia verdadeiramente difícil na terapia.

Tenho sido acompanhada por uma terapeuta maravilhosa há uns 7 anos, mas desde que minha filha nasceu, a terapia parou de fluir. Tenho achado muita dificuldde em dividir meus questionamentos como mãe, muito disso acho que se deve ao fato de fazer escolhas tão diferentes do padrão, porém também venho pensando muito em como a psicologia, que eu conheço, me parece tão antiquada quando fala sobre maternidade.

Então hoje, no meio da minha sessão, percebi o quanto eu e a psicologia estamos distantes.

Estava comentando sobre minha tentativa de desmame noturno e sobre o fato de Malu ter tido febre neste momento. Comecei então a ser indaga pelo fato de ainda amamentar minha filha, escutava perguntas como : "Será que você não está é de saco cheio de amamentar e não quer parar logo, mas não quer assumir isso?", "Será que ela realmente precisa mamar?", "Mas qual valor nutricional o leite ainda tem para ela?", "Mas a alimentação sólida dela já não é o suficiente, para quê continuar amamentando?" "Ela já tem 1 ano e meio, para quê continuar isso?"...... E por ai vai, a cada resposta minha, mais um questionamento era levantado, porém, eram sempre questionmentos negativos, que levavam a um caminho no qual eu deveria aceitar o desmame como solução.

As minhas respostas eram : Que eu gostaria de tirar o mamá da madrugada porque me cansa, mas as outras mamadas não me incomodam e eu não sinto vontade de tirar, se ela vai desmamar completamente se eu tirar o mamá da madrugada, ok, mas se ela não desmamar, ok também, esta ainda não é uma questão para mim. E sim, eu acredito que o leite materno ainda tem muita importância para ela, tanto nutritiva como emocionalmente e, se ela ainda quer mamar e eu estou disposta a dar, que mal pode haver????

Depois de me sentir num tribunal da inquisição pelo simples fato de desejar amamentar minha filha de 1 ano e meio no meu seio, tentei mudar o assunto falando que a amamentação não era, para mim, uma questão que eu precisasse tratar em terapia, pois estavamos bem e não me causava mal estar pensar em amamentar ainda e muito menos se a Malu parasse de mamar por desejo próprio. Porém, abri minha grande boca e falei que o fato de não conseguir deixar Malu dormindo sozinha em outro quarto durante a noite toda era sim uma questão na qual eu me sentia implicada emocionalmente.

Pronto.... ai o mundo caiu!!!

Como que minha filha, com 1 ano e meio, não dormia sozinha em outro quarto????? Ain!!! Porque eu fui falar sobre isso?????!!!! Poxa, eu estava em terapia com essa pessoa há 7 anos, tinha sido tão importante para mim, não pensei que ser verdadeira fosse causar uma crise na minha terapia.

Fui sincera e falei que me tranquilizava o fato de sentí-la fisicamente ao meu lado durante a noite e que, ao mesmo tempo, me batia uma paranóia muito louca de que, se ela ficasse sozinha no quarto dela, ela ficaria vulnerável, algo ruim podia acontecer. Gente é sério!!! Juro que penso que alguém pode entrar aqui em casa e roubar meu bebê (não que eu racionalmente ache isso lá muito viável), sei que é loucura, viagem total, mas afinal eu estava falando isso para minha terapeuta, então é porque eu sabia que isso era piração, se eu achasse que isso era fato eu falava nos jornais, certo?

Ai é que o tempo fechou.

Ela começou a me questionar dizendo que minha filha estava fazendo o papel de minha mãe, pois estava "tendo que dormir comigo" (coitada da minha filha, ela deve detestar mesmo dormir com a mamãe aqui) para me deixar segura durante a noite. Falou que eu estava sendo paranóica e prejudicando minha filha, pois ela ia ficar paranóica também, que nunca ouviu falar em mães que tivessem essa questão, que pensar que alguém podia entrar na minha casa não era normal.

Quando eu tentei ponderar que muitos estudos antropológicos falam sobre os mamíferos dormirem junto com seus filhotes, ela ironizou e disse que não somos macacas!!!! Nossa, que raiva!!!!!!!! Eu falei que não somos macacas, óbvio, mas que esse comportamento era presente nos homens primatas e ainda é em muitas culturas e que o fato de não sermos macacas não nega nossa "mamiferidade" (acabei de inventar, não sei como colocar isso em outro termo).

Bom, o fato é que ela disse que eu estava submetendo minha filha à minha paranóia. Mas sabe, isso eu não posso negar!! Como mãe eu submeto minha filha a muita coisa (ou quase tudo?) pois ela ainda é um bebê. Eu decido como ela vai ser educada, o que ela come, quando, com quem se relaciona, se vai para a escola, se vai ao médico, se toma ou não a vacina H1N1.... E, também, eu submeto ela aos meus defeitos. Sou humana antes de ser mãe, sou um poço fundo de defeitos. Claro que almejo a perfeição, que mãe não faz tudo para ser perfeita e sofre com toneladas de culpa por não atingir o inatingível? Nunca ouvi uma mãe falar: " Sabe, meu filho gosta muito de banana, por isso que eu só dou abacaxi, afinal, ele tem que aprender que eu não sou perfeita!".

Eu almejo sim a perfeição e me frustro para caramba, mesmo sabendo que ela é inalcançável. Acho que é por isso que gosto tanto de Winnicott, por que a gente precisa mesmo escutar muitas vezes que nossas falhas são fundamentais para o desenvolvimento saldável dos nossos filhos e que, por mais que façamos, sempre seremos SUFICIENTEMENTE boas, nunca perfeitas!

Acho que é por isso que muitas mães fogem da terapia, algumas tentam pôr seus filhos, de 4, 5 anos em terapia, mas elas mesmas, correm como o diabo da cruz. Hoje eu entendo , afinal, hoje também sou mãe.

A psicologia tradicional vem com todo aquele ar de boa moça para cima da gente, cheia de respeito às diversidades, borbulhando em empatia, mas será que a realidade é essa? No mesmo tempo em que nos mostram que não existe mãe perfeita, mas sim a "Mãe suficientemente boa", ela nos cobra perfeição. Quantas vezes não escutamos prescrições de que devemos amamentar, pois se não amamentamos podemos causar danos nos nossos filhos, mas não muito, pois o bebê vira dependente da mãe e isso não é bom; que cada um precisa ter o seu espaço, a sua individualidade preservada e o bebê deve dormir no quarto; que as mães devem desde sempre dar limites aos seus filhos e tantas outras prescrições...

Vejam bem, não estou dizendo que isso ai em cima é errado, mas também não acho que seja O certo, caramba!

Qual o problema se você acha que seu filho não precisa ir à escola até os 3 anos?? E qual o problema se você acha que 6 meses de licença maternidade é muito e deseja voltar a trabalha quando seu bebê tem 3 meses?

O que é melhor, deixar com babá, ou por na escola? Deixar dormir na cama, ou no berço? Dar chupeta ou deixar chupar o dedo?

Putz, NÃO TEM RECEITA!!!!!!!!!!!!! Nada na maternidade tem receita e todas as escolhas que tomamos fala sobre quem somos, sobre nós, que apesar de tudo, somos AS MÃES!!!!!

Se o fato de eu ser paranóica faz com que eu submeta minha filha à minha paranóia e ela permaneça dormindo na minha cama por enquanto, será que eu estou sendo tão perversa assim??? Será que ela não pode estar curtindo também dormir aqui, com os pais?

Depois minha terapeuta diz que eu é quem estou tentando ser perfeita!!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Sobre doença, hotel e Maria......

Malu está doente.

Putz, como me dói escrever isso!

Em um mês essa é a segunda vez que Malu tem uma tal de Laringite Estridulosa (vulgo tosse de cachorro).

Na primeira vez foi um terror, acordamos com Malu tentando respirar e fazendo um barulho terrível, mal conseguia falar a menina. Tossia uma tosse esquisitissima e vomitou de tanto tossir.

Tão estranho que só foi o tempo de vestir uma roupa por cima do pijama e correr para um D'Or da vida.

Às 04:00 da manhã estávamos lá, fazendo nebulização com ADRENALINA e tomando um remédio sinistro. Foi a primeira vez que paramos num pronto socorro e a pediatra da Malu concordou com a medicação, não havia mais o que fazer no momento. Depois que saímos de lá voltamos para os remedinhos naturais e aos poucos Malu melhorou.

Agora estamos nessa agonia de novo. Semana passada a tosse de pitbull voltou com força, dessa vez não corremos para o pronto socorro. Ao menor sinal de que ela tinha voltado começamos o tratamento novamente e estamos nesse momento Tosse-choro-catarro-mais tosse- mais choro.......

De dia Malu fica maravilhosa, brinca, come, corre, vai para a escola, tudo tranquilo, mas quando a noite chega.....Ela não dorme por nada, a tosse incomoda e não deixa e se ela não dorme.....

Nos dois momentos em que ela ficou doente um coincidência pesa na minha cabeça. Nos dois momentos havia uma separação nossa. Na primeira vez eu estava num trabalho que me consumiu bastante e nos afastou um pouquinho. Agora, a crise veio quando eu tentava tirar o mamá da madrugada.

Ok, ok, nos dois momentos o tempo deu uma virada, mas sabe como é mãe, né?! Culpa, oh culpa!

Nossa, e esses momentos de doença são punk, né?! Não sei mais o que é dormir!!! Tem horas que bate um desespero, um cansaço terrível, misturado com um mal humor que dá medo. Nessas horas vejo como é difícil ser mãe, porque Malu gruda, suga todas as minhas energias, tudo sou eu, não há trégua. Bate vontade de fugir correndo, lembro de uma amiga de lista de email que conta que certa vez foi capaz de vizualizar a si mesma largando todos para trás e indo para um hotel, DORMIR!!!!!

Mas eu fico, assim como essa minha amiga ficou. Sei o quanto ela precisa de mim, e o quanto eu preciso dela bem. Me entrego ao cansaço, dou o que nem sei mais se tenho para dar. Viro cama, restaurante, parque de diversões, aconchego e remédio. Isso mesmo, porque remédio melhor que MÃE tá para ser inventado.

E nessa hora eu penso em como é dificil escolher ser mãe. Como sabemos pouco sobre a maternidade quando somos só filhas.

Ser mãe foi uma mudança radical para mim.

Como diria Maria: " Existe uma história Antes de Cristo e outra, bem diferente, Depois de Cristo!"

domingo, 25 de abril de 2010

Oba,Feriado!! :(

Então o feriado acabou....E parece que a idéia de desmame noturno foi embora junto com ele.

Na segunda noite de desmame noturno o tempo virou, Malu veio dormindo da casa da vó e não teve seu mamá de dormir e..... teve febre!! 38,7!!!

Isso mesmo, Malu teve febre de 38,7 justamente quando não mamou. Sei, sei, muitos de vocês podem pensar que estou exagerando e então eu vou detalhar o que aconteceu.

Malu veio dormindo no carro e meu marido perguntou se eu daria mamá para ela quando acordasse, pois, afinal, ela não tinha tomado o mamá de dormir o qual teria direito. É extamente o que parece, meu marido não é um fã incondicional do desmame noturno, por mais que ache que Malu PRECISA dormir a noite toda!!

Eu falei que não, madrugada não tem mamá e ponto final.

E então a madrugada começou a chegar. Malu deu uma acordadela e o Dani foi ver como ela estava. Achou ela quente. Neste tempo ela acordou mais, tossindo e tal e eu fui ver. Estava com 38,7 e uma tosse alergica que estava dando as caras pela segunda vez (mas que nunca tinha dado febre antes!!).

Fiquei arrasada! Malu ficar doente no meio do desmame noturno não estava nos meus planos...(ok, filhos doentes NUNCA estão nos nossos plano!). E agora, o que eu deveria fazer??? Ela estava com febre e pedia para mamar!!! Tentei me fazer de forte, mas o Dani me pediu para dar o peito á ela. E então.... No mesmo momento a febre foi embora. Não demourou 30 minutos, nem 10, nem 5, mas NO MESMO INSTANTE nada de febre!!!!!

Como isso mexeu comigo.... Minha pequena arrasada, querendo seu mamazinho, ficando abalada por não ter o seu mamá, que tanto a reconforta no meio da noite....

Fiquei tão triste... Mal mesmo. Foi uma mescla de frustração por não poder, pelo menos agora, levar o plano de desmame a diante e de ter abalado tanto minha bebê ao tirar seu mamazinho.

Hoje fico pensando, será que a idéia de ter escolhido um feriado para começarmos o desmame noturno foi ruim?? No feriado ficamos tão fora da rotina, estamos passeando, dormindo em horários diferentes, em lugares diferente, eu acabo aproveitando para deixar Malu com alguém e namorar um pouco.... Talves esse não seja um momento propício para mudanças. Talves eu tenha focado mais em mim e no Dani, que estaríamos mais descansados, mas e ela? Cheia de mudança na rotina e mais essa pancada para lidar...

Acho que o desmame ficou adiado. Quem sabe ela não passa a dormir a noite toda por um milagre??? Não custa sonhar, quando eu conseguir dormir tempoo suficiente para sonhar, né?!!! hehe)

Ahh!! E para quem não tinha lido a integra, eu não pretendo desmamar minha bebê totalmente ainda não!!! Só queria uma noite de sono ininterrupta!!!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

E era uma vez um mamá....


É isso!!

Essa semana decidi boicotar a festa do Mamá na madrugada!!

Depois de ficar só o pó da minha pessoa, acordando uma média de 10 vezes por noite resolvi encarar o desmame noturno.

Como essa decisão foi difícil para mim....Durante a madrugada eu não sou ninguém!!!! E dar o peito era uma maneira de faz~e-la voltar a dormir sem ter, aparentemente, muito trabalho. Era quase um "Cala-boca!", com o perdão da expressão.

Para o desmame noturno eu teria que assumir ficar acordada, ativa, quando ela acordasse. Adiei o máximo, me apegava á idéia de que ela passaria a dormir a noite toda sozinha e, ai, eu não precisaria virar a bruxa má, quer dizer, tirar o mamazinho dela.

Bom, 1 ano e meio e nada de noites inteiras de sono. E aqui estou eu, numa atitude desesperada, mas bastante pensada.

Resolvi aproveitar o feriado que o papai estaria em casa e poderia ajudar de alguma forma nessa empreitada.

Ontem foi nossa primeira noite. Malu já não mama mais durante o dia há algum tempo, e nem pede, mas mama para dormir e mamava (pensamento positivo sempre!!! hehe)na madrugada até acordar.

Bom, coloquei ela para dormir, como de costume, dei o mamá e falei que agora só daria de novo de manhã. Ela chorou quando eu falei isso, mas logo foi mamar e dormiu.

Fomos jantar, vimos um filminho e Pimba! A saga começou. Malu acordou, o pai foi tentar resolver, ela ficou ainda mais nervosa e eu entrei na jogada. Deitamos os três e ela logo pediu o mamá. Falei que só de manhã, que era hora de dormir, abracei ela bem coladinha e comecei a cantar "Boi, Boi, Boi, Boi da cara preta....." e ela dormiu.

Voltamos ao filme. 30 minutos depois tudo de novo. Voltamos ao filme. 20 minutos depois... tudo de novo....Blá blá blá filme.... Blá blá blá "da cara preta...." ....Blá blá blá filme...

Bom, desisti do filme e fui deitar. Ela continuou acordando, eu abraçava e cantava. Em certo momento ela pediu água, tomou bastante e voltou a dormir. A partir dai começamos a alternar entre a água e o boi.

As crises eram rápidas, entre 2 e 5 minutos ela já voltava a dormir, mas a frequência.... Ai ai ai...Posso dizer que passei a noite toda dando tapinhas no bumbum, cantando e oferecendo água.

Em algum momento as acordadelas se espaçaram e eu pude até sonhar!

Ela acordou ás 07:20. Dei mamá e entreguei para o pai, que tb não dormiu muito bem, mas dormiu um pouquinho mais. Ele catou a pequena, deu café da manhã, brincou de massinha e levou para passear.

Eu pude dormir até ás 10:30!!! E ele ainda está com ela para eu poder tomar meu café e relaxar um pouquinho.

Bom, vamos ver como será a próxima noite. Façam suas apostas!!!

Bjinhos, Gabi

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Meu Pai Herói



Hoje não poderei me dedicar muito às postagens, já que a pequena está doente e demandando muita atenção, o que é merecido, né?!

E ao mesmo tempo estava louca para reservar um espacinho aqui para mostrar estas duas fotos recentes que eu adoro!!!!!

Para mim a legenda delas seria: Coisas que só meu pai é capaz de me proporcionar!! (porque mamãe ia tremer na base frente essas imagens!!!! hehe)

A natureza é mesmo esperta, se desse duas mães coitada das crianças..... hehe

Bjs e Boa páscoa!!!

ps. PeloamordeDeus!!!!!!! Quando eu digo coitada das crianças se só tivessem duas mães estou apenas expressando minha opinião de que mães são MegaUltraMasterBlaster protetoras, nada haver com homofobia hein galera!!!!!