sexta-feira, 29 de julho de 2011

E há três meses veio o Léo!!




22/04/2011. O dia anterior ao seu nascimento foi especial. Sua irmã havia dormido na casa da avó e eu e seu pai estávamos sozinhos em casa, parecia que já sabíamos que seria o último dia antes de sua chegada. Aproveitamos para namorar e arrumar a casa para sua chegada, nada programado, mas a típica arrumação do ninho antes do parto (não que eu percebesse isso na hora).

Passei boa parte da manhã e o início da tarde ouvindo música, muito Oswaldo Montenegro (você não se chama Léo à toa!) rolando e eu no quarto de vocês separando suas roupinhas e mostrando ao seu pai o que eu gostaria que você usasse quando nascesse. Do nada me deu uma grande vontade de fazer uns exercícios que a Kira havia me passado e aproveitei o espelho do quarto de vocês e fiquei me movimentando. Eu olhava para o espelho e me via diferente, sério mesmo, estava serena (coisa difícil, vindo de mim! rsrs), me sentia bonita de uma forma peculiar, me sentia mais “fêmea” do que nunca.

Aproveitei para meditar um pouco, não sou de meditar, mas o momento merecia e comecei a entrar em contato comigo, com meus medos do parto, minha rejeição inicial à gravidez, ao novo, às mudanças que eu ainda desconhecia, mas que certamente iriam rolar. Chorei e lavei minha alma, foram lágrimas felizes, leves, era uma constatação de que eu estava, enfim, entrando de cabeça! Comecei a visualizar seu nascimento e uma luz clara percorrendo meu corpo, como se limpasse meu canal energético de qualquer pedrinha que pudesse estar no caminho. Sim, foi uma puta viagem!! Eu não sou uma pessoa muito mística, nem meditativa, mas precisava me entregar para ajudar a “desencalacrar” você! Rsrs

Enquanto meditava, seu pai entrou no quarto e percebeu que eu estava mexida, me abraçou e passamos um tempo mudos, não trocamos nenhuma palavra, mas nos comunicávamos intensamente.

Depois de um tempo fomos tomar banho e resolvemos almoçar num restaurante especial para nós. Chegamos tarde ao restaurante e aproveitei para comer muito, a comida estava deliciosa e conforme eu comia algumas contrações começaram a aparecer, nada que tirasse de mim o apetite voraz que me acompanhou toda a gestação.

Eram umas 16h e quando saímos do restaurante tive uma contração que me fez apoiar no seu pai e vocalizar um pouco ,tentei me controlar pois não queria que ninguém na rua viesse tentar ajudar. Foi curioso pois logo veio um homem, do outro lado da rua oferecer ajuda e a gente negando e tentando entrar logo no carro!! Rsrs

Tínhamos combinado de buscar sua irmã às 17hrs e eu não quis deixá-la esperando, e também não queria que minha mãe soubesse que eu podia estar em TP, não por ela, mas não queria que ninguém, exceto a Helo e o seu pai, soubessem quando eu estaria em TP.

Minha mãe mora um pouco longe e no caminho percebi que eu já não conseguia mais falar, pedi para voltarmos para casa. Subir as escadas foi bastante difícil, tive que parar em cada andar, me agachar e vocalizar, e acabei ficando grilada de algum vizinho ver. Enfim, cheguei em casa e fui direto para o chuveiro, precisava me mexer o tempo todo, me agachava, levantava, ficava de quatro... Sempre vocalizando bastante (não era forçado, eu só precisava fazer isso), em algum momento a Helo chegou, não vi ela chegar e nem entrar no banheiro, estava tudo escuro pois o Dani havia fechado o vasculhante com toalhas e eu não conseguia ficar de olhos abertos.

De repente as contrações foram ficando mais fracas e mais espaçadas e eu comecei a tomar consciência disso, eu queria a contração, eu tentava me concentrar mais, mas era tudo em vão. Ao mesmo tempo eu pensava na minha filhinha, lá na casa da avó, sem saber que horas eu ia chegar... E então tudo parou! Parou mesmo, eu sai do banho e fui conversar com a Helo, resolvemos fazer um toque para saber como estava e tínhamos um tico de dilatação (1,5), que podia muito bem nem ter haver com as 4 horas de contração que eu havia tido. A única mudança foi o fato de você ter se reposicionado e ficado com o dorso à esquerda. Nesta hora dei graças por estar sendo acompanhada pela Helo, pois poderia muito bem ter ido parar na cesária por parada de progressão.

Helo pediu para dormir aqui, pois podia recomeçar e como era o segundinho a coisa poderia ser rápida.Eu não quis, estava louca para buscar minha filha e temia que Helo ficasse aqui e nada acontecesse, eu ia me sentir mal de ocupá-la à toa.

Saímos às 21h para buscar sua irmã. Lanchamos, conversamos e voltamos para casa às 23h, até então nenhuma contraçãozinha sequer. Chegamos e fomos logo dormir, todos juntos na mesma cama.

Do nada eu acordei, senti uma dor forte e uma mega pressão no intestino, achei que seria uma dor de barriga daquelas, catei meu celular, pois se eu ia demorar no banheiro ia aproveitar para ver uns emails, hehe, eram 02:00 da madrugada. Quando cheguei no banheiro percebi que não era bem isso, a dor logo migrou para a frente, próximo ao osso do púbis e veio muito forte! Acho que meus gritos acordaram o Dani, pois quando ele apareceu para mim eu já gritava alucinadamente. Ele pegou o celular para chamar a Helo e eu impedi, pedi para esperar para ver se era para valer.

A partir de agora os horários foram pegos pelo celular do Dani , no histórico das ligações.

02:30 Dani ligou para a Helo e pediu para que ela viesse correndo. Neste ponto a vocalização já havia se transformado em berros guturais, xingamentos e chamados pela Helo.

Eu sentia como se meu corpo estivesse possuído por uma força tal que eu não poderia controlar, só me restava berrar e me entregar. A dor era muito forte e eu sentia meu púbis abrindo no meio de forma violenta, acho que nem sabia que podia berrar tão alto!

De repente senti a sua cabeça iniciando a decida pelo canal vaginal, foi como um estiramento e a partir dai comecei a sentir os puxos (aquela vontade de fazer força incontrolável e instintiva), uma contração fez muita pressão e senti algo descendo, passei a mão e senti algo pendurado em mim. Nessa hora o pouco que eu tinha de consciência se desesperou, achei que tinha sido um prolapso de cordão, porque ficou pendurado, não saia e nem caia... No micro intervalo da contração chamei o Dani e pedi para ele avaliar se era o cordão. Sabe quando você precisa de alguém bem calmo? Então, o Dani foi perfeito!! Ele veio todo delicado , pegou o celular para iluminar (eu estava sentada no vaso) e viu que era uma membrana e que não era o cordão. Ufa! Só isso me bastou, pode parecer irresponsável, mas confio muito no Dani e ele já acompanhou muitos eventos de parto, viu o parto da Malu e sabe muito bem como é um cordão.

Mais tranquila, avisei a ele (aos berros no meio da contração, pois já não tinha quase intervalo) que não tinha como não empurrar e ele ficou lá, todo calmo, agachado na minha frente e com a mão protegendo para, caso você saísse, não caísse no vaso.

Às 03:00 a Helo chegou e o Dani desceu para abrir o portão (não quis que ela tocasse o interfone para não me atrapalhar), ele falou que dava para me ouvir da rua e a Helo subiu correndo! Ela pediu para ele levar o material, que é bastante, e falou para descer depois para pegar o O2, porque é muito pesado. Imagina que um pai ia deixar para pegar o O2 depois!! Hehe O Dani subiu lotado de coisa!! Como ele conseguiu? Só o TP para provocar isso mesmo! Rsrs



Ahh, sim! Ele me deixou sozinha em casa, em pleno expulsivo, com Malu dormindo no nosso quarto, mas ele garante que foi por menos de 2 minutos!! Hehe

Não percebi bem quando a Helo chegou, e nem lembrei de contar para ela da membrana pendurada, na verdade eu estava tão tranquila com a avaliação do Dani que nem me liguei de comentar...

Nesta hora eu estava urrando de dor, repetia que não aguentava mais e já tava bem relaxada, fazendo a força que o corpo pedia, afinal a parteira já havia chegado. Helo me observou um pouco e depois de um tempinho fez a primeira ausculta...O som estava alto e eu percebi que, ao invés daquela cavalaria, o que ouvíamos era um compasso lento...Na mesma hora ela me pediu para levantar e deu de cara com a membrana.

Foi ai que o bicho pegou, ela também achou inicialmente que poderia ser o cordão e tentou colocar para dentro, nada feito, associou a estranha membrana à sua taquicardia, e me pediu para mudar de posição para ver se ajudava no expulsivo. Olhou bem fundo para mim e falou: Gabi, esse bebê tem que nascer AGORA!

Não tive tempo de ter medo, não questionei, não pensei em nada (se é que é possível pensar estando na “partolândia”), foquei em colocar todas as minhas forças no seu nascimento. Dane-se tudo, dane-se qualquer consequência de fazer força além dos puxos naturais, agora é só você que importava e eu fiz a força que podia. Nada feito, eu sentia que ainda faltava um tico para você terminar de descer. Pedi a banqueta, mas antes da Helo terminar de colocá-la no chão eu precisei fazer força e ai ficou nítido para mim que não dava para apressar as coisas sozinha, eu fiz uma força absurda quando veio o “puxo”, mas nada...

Nessa hora Helo chamou o Dani e me pediu para deitar. Lembro que pensei: FUDEU!! Ela vai me fazer uma epísio!

Deitei no chão do banheiro (que estava todo forrado de toalhas), Helo posicionou o Dani atrás de mim e mostrou a ele como fazer um Kristeller. Meu segundo pensamento foi: FUDEU² !!! Vou me arrebentar toda!

E tudo rolou de uma forma tão rápida e mágica que é até difícil relatar. Fez-se silêncio e parecia que nós três já havíamos trabalhado juntos muitas vezes, ninguém precisou dizer nada, tudo foi absolutamente coordenado. Veio uma contração daquelas e eu comecei a fazer força e relaxei a pelve, o Dani foi fazendo uma pressão sutil e “comprida” para apoiar os seus pés e te ajudar a sair, Helo “abaixou meu períneo”.

Foi uma dor muito forte (dei uma mega-mordida no seu pai para extravasar a dor! Rsrs), mas eu senti claramente você descendo, coroando e saindo a cabeça, em seguida saiu o resto do corpo e você surgiu nos meus braços! Eram 03:17 !!Nesta hora passou tudo, nada de dor, nada... Te peguei e só conseguia te chamar e me preocupar se você estava bem. A Helo repetia várias vezes que estava tudo ótimo, que você estava bem e eu lá, em outro mundo, não escutava nada só esfregava suas costas tentando te estimular a respirar, até cair a ficha que você já respirava demorou !



Olha a mordida aí!






UFA! Aqui estava você!!! Lindo, que bebê mais lindo!! Veio para o meu colo ainda de olhos fechados, como se dormisse, não chorou, foi “acordando” lentamente, pegando o peito e abrindo os olhinhos para nos conhecer. Tudo mais calmo, Helo foi ao nosso quarto acordar sua irmã, ela veio toda sonolenta para te conhecer. Ficou elétrica, não sei bem o que passou pela cabecinha dela, o quanto ela conseguiu compreender de tudo que acontecia, ajudou a Helo a te arrumar, cortou a segunda parte do cordão e ficou na nossa cama até pegar no sono novamente.






Quanto a mim? Estava elétrica e extasiada de mais para dormir! Fiquei olhando vocês três dormindo e me sentindo, enfim, completa.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Educar é sentimento?



Hoje Malu termina o seu primeiro ano letivo!!

Quanta história, quanta vivência, quanto crescimento!!!

Sempre pensei em colocar Malu na escola que ela estuda, lembro de barriguda ligar para a escola para saber com qual idade ela poderia ser matriculada. 1ano e 6 meses. Caramba, aquilo parecia uma eternidade.

(Só um parênteses, mãe de primeira viajem é muitooooo ansiosa, para que eu precisava ligar para a escola se ainda tava grávida??? Mas vai explicar isso para a buxuda aqui!!)

A verdade é que eu adorei estudar lá, meu irmão adorou estudar lá e eu queria poder proporcionar o mesmo para a Malu. Já meu marido, havia estudado a vida toda em escolas tradicionais e tinha detestado todas elas, então o jogo estava quase ganho, já que de tradicional a Oga Mitá não tem nada - ou será que podemos dizer que ela tem a tradição de ser diferente? ;P

Bastou uma visita e voilá, matrícula realizada e pai vestindo a camisa.

Malu parece ter uma sincronia bem sinistra comigo, foi ela perceber que eu amava a escola que Plin-* A adaptação foi moleza.

Mas e a nossa adaptação, cara pálida?? E não é que tivemos adaptação para os pais, calma, não era nada formal, mas aos poucos fomos criando lista de email, encontros de integração, passeios com a familia. E tudo foi incrível, a galera se desdobrava e se fazia presente, todo mundo aberto, assim como as crianças, para fazerem novos amigos.

Devo assumir que para mim foi um pouco dificil, sou meio tímida, mas como acho que pai que é pai tem que fazer valer o título, lá ia eu, desbravando o mundo de "pais-professoras-amiguinhos...", terra ainda desconhecida para a mãe de primeira viagem aqui!

E como foi tudo maravilhoso, como nos sentimos acolhidas, bem-vindas. Valeu cada reunião, cada aniversário, cada passeio, cada troca de email, cada vaquinha de presentes.

E para fechar o ano ainda tivemos um BIG presente. Fomos convidados para apresentar alguma atividade para as crianças da educação infantil!!! A proposta foi sendo aceita por cada pai, pouco a pouco íamos nos preparando, dividindo as tarefas, fazendo ensaios na escola.

Era engraçado quando conversáamos com alguém sobre o teatro do fim do ano da escola da Malu, todo mundo perguntava o que ela iria ser e então se surpreendiam com o fato dos atores serem nós, os pais!!

Vocês não tem idéia da animação que foi, vários ensaios, compra máscara, tira foto, repete tudo, toca de novo... Enfim, a galera toda suou a camisa, mergulhou fundo na proposta (estamos até agendando novos shows, brincadeirinha...).

Mas havia uma dificuldade, a apresentação seria em dia de semana e no horário escolar. Então além de ensaiar seu bicho a galera ainda ia ter que rebolar para organizar uma possível fugidinha para estar na hora do teatro.

Sabe o que foi incrível? Um por um foi conseguindo, a coisa foi fluíndo, quando o pai não podia, a mãe conseguia, ora podiam os dois... Enfim, a bicharada foi se reunindo.

No dia do teatro foi possíel ver o sacrifício de cada um, o aperto do horário, o celular tocando, cada um que chegava era uma vitória, e a coxia foi enchendo, a animação foi tomando conta a preparação ganhava os retoques finais. E então aconteceu algo que mexeu comigo (não, não foi o neném que chutou, engraçadinhos!).

Um único aluno não teria representante, o horário realmente era dificil, talves a avó fosse no lugar dos pais, mas nem isso estava certo. Sabe quando aquilo fica lá no fundo, dando um aperto no peito? E então vemos entrar um homem na coxia, roupa de trabalho, meio sem jeito, talves intimidado com a união dos outros pais. Foi então apresentado à nós pela professora.

Era o pai do tal aluno!!! Ele veio, a criança teria o seu representante, a turma toda estaria representada. Não me contive e uma lágrima rolou. Sabem aqueles filmes de milagre no natal? Eu vi acontecer! Sei que no fundo me emocionei não pelo aluno, mas por mim, por todas as vezes que me senti de lado, diferente dos de mais, aquela lágrima me lembrou todos os passeios que eu não fui, todas as reuniões que meus pais não foram, todos os eventos escolares que perdemos... Naquele dia o pai estava lá!

Talves sejam os hormônios da gravidez, a minha história de vida, o amor que eu sinto pelos meus filhos, ou tudo isso junto. Mas ver aquele pai chegar, sem máscara, sem ensaio, sem nos conhecer direito, vestir uma máscara emprestada, de um animal que nem teria lugar originalmente na música e participar do espetáculo foi muito forte para mim. Se a Oga Mitá fosse um sentimento, aquilo seria Oga Mitá para mim!

Queria de coração aproveitar o blog e agradecer à escola, à coordenação, às Professoras Valéria, Déborah e à Isabel, aos pais, familiares e, principalmente,amigos, que puderam me proporcionar mais uma forma de demonstrar o imenso amor que sinto pela minha filha. Agora, mais do que nunca eu sei, EDUCAR é possível!

"(...)Se eu tivesse mais alma pra dar
Eu daria, isso pra mim é viver. (...)" Djavan


*Imagem: Bicharada reunida depois da apresentação.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

VOLTANDO!! ALÔ, ALÔ, TERRA??? Preparar para aterrisagem, segurem suas panças! 3,2,1....

Pois é, acho que estou de volta.

Milênios depois de tamanho sumiço, aqui estou eu, mais gorda, barriguda e esfomeada do que nunca!

Acho que agora vai, depois desse sumiço todo, estou conseguindo colocar os pés na Terra novamente (a pontinha, mas vai lá, já dá para o gasto, não?!).

Então, como quem volta sempre conta de onde veio vou começar o meu CAUSO devagarzinho, até porque ainda estou aterrissando, não deu para elaborar tudo, ok?!

Eis que do sonho realizado de gerar mais um membro da familia eu acabei entrando em parafuso. E fui rodando, rodando, até sair de órbita.

Primeiro vieram os enjôos brabos, vomitando o dia todo, Malu até já ia atrás de mim no banheiro imitando o barulho do vômito (imaginem a cena deprimente!!).

Entre os vômitos ficava a nausea, companheira diária, que me fazia não conseguir comer nada, o que piorava os enjoos- naturalmente.

Entre os enjôos e nauseas, todas as outras obrigações diárias e, cedo como as galinhas eu me via desmaida de sono.

Devo dizer que, se meu marido tivesse fugido de casa eu nem ficaria sabendo, eu dormia quando ele chegava e só nos falávamos por telefone.

Malu, cheia de gás querendo brincar, fazer e acontecer e eu mais mole que Maria Mole.

Comecei a me questionar, era isso mesmo que eu queria? Minha vida havia mudado radicalmente e eu só queria que ela voltasse a ser como era antes. Essa não era eu, estava detestando tudo, essa moleza, cansaço, enjoos... QUE MERDA QUE EU FUI ARRANJAR????

Depois eu pensava melhor e lembrava no quanto eu queria mais um filho, como seria gostoso compartilhar a nossa familia com mais alguém, como é bom amar a Malu e como vai ser bom sentir isso por este outro serzinho...

E ai a cabeça pirava mesmo! Porque não estava dando para ser feliz daquela forma, passando mal o dia todo, me arrastando pelos cantos, eu estava triste e desanimada.

E então eu sucumbi à industria farmacêutica (calma galera, não foi dessa vez que eu experimentei antidepressivos, ok?!), liguei aos prantos para a parteira, para ser mais sincera eu pedi ao marido para ligar, fiquei meio sem graça de estar tão mal e apelando para os remédios. Aos prantos implorei para um remédio de enjoo.

Um parentese: Tenho horror a tomar medicamentos, estando ou não grávida, na gravidez então, não tomo nem complemento vitamínico se não for extritamente necessário e com data para parar!!

Bom, lá fui eu e meu remédio de enjoo. O mal estar era pior do que o medo de ingerir aquele treco e então fui com tudo. 2 comprimidos por dia.

Fui então me drogando, tinha dias que eu tentava não tomar, mas ai não tinha jeito, eu acabava correndo e me atracando com a "bendita" pílula. Os dias foram passando, e o primeiro trimestre foi acabando, abrindo passagem para o segundo e a pílula foi ficando para trás.

Nessa confusão o bebê foi começando a tomar corpo, o meu corpo, claro, e a barriguinha foi aparecendo, a energia foi voltando e as coisas estão caminhando para a "normalidade".

hauahauhauah Cara, quando eu penso em normalidade sou até capaz de ouvir, lá no fundo, uma gargalhada sarcástica zombando da minha cara. "Normalidade" (ouviram???), como é possível pensar em normalidade quando se está à espera de um lindo serzinho que, assim que respirar a primaira fração de O2 vai fazer o mundo virar todo de cabeça para baixo novamente????!!

Não, pelo amor de Deus, não pensem que não estou feliz, que este bebê não é amado e esperado!! Muito pelo contrário!! Quando penso em filhos consigo sentir meu coração de forma visceral e doida, não há maior amor nesse mundo!!

Mas é exatamente este amor que movimenta esta roda louca que é a vida, e é por isso que minha mente grita: NÃO EXISTE NORMALIDADE QUANDO SE TRATA DE AMOR, QUERIDA! ESTE BEBÊ, QUANDO CHEGAR, VAI TE COLOCAR DOIDINHA, VAI ROMPER PADRÕES, ABALAR ESTRUTURAS!!

Acho que essa minha viagem fora de órbita (fiquei tão out da vida que me isolei do mundo, não foi só do blog) foi exatamente para me fazer aceitar as coisas como elas são (parafraseando Arnaldo Antunes), porque as mudanças me causam medo, me apavoram legal e eu estava, desculpem o termo, "me cagando de medo" do impacto dessa mudança na minha vida!! Poxa, estava tudo tão bom, tão certinho, tão adaptada e de repente, Vrummm (barulho de vento passando), muda tudo.

Mas é isso ai, quem manda ser esta leonina intensa, agora aguenta flor!!

Bom, vou ficando por aqui, já desabafei de mais e vcs nem devem estar entendendo mais nada. O importante é que eu e o barrigão estamos de volta, e é só emoção!! hehe

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Natureza Pilantra!!!!

É galera... tá difícil....

Estou vivendo uma fase meio chatinha de começo de gravidez.

Eu tenho pensado que a natureza é bem sacana com a gente, ela só pensa em reproduzir a espécie e nada mais!!

Um belo dia você começa a olhar as barrigudas da rua (as grávidas, ok?!) com um olhar de admiração, namora aqueles pequenos bebês desdentados e suspira querendo mais...

E ai você pensa, matuta, planeja e resolve: Agora já dá para termos mais um, filho é pura felicidade, companhia eterna para Malu, amor multiplicado, blá, blá, blá... E pimba! Estão lá aquelas lindas listrinhas indicando que a natureza venceu mais uma vez!

E então começa a bater um medinho, será que eu dou conta, EUZINHA aqui com mais um bebê?? Carambolas, onde eu estava com a cabeça?!

E vem aquele sono terrível, um desânimo e apatia sem fim... Multiplicação celular, te explicam, e você pensa: E tinha que gastar a P%$#% da MINHA energia???? Eu tenho uma filha a pleno vapor, Zé Bolinha!

Mais Zé Bolinha também está a pleno vapor, parece, na realidade, que todos estão a pleno vapor (Até o Rubinho Barichelo), MENOS EU!!

E quado eu penso que nada pode ser pior que este desânimo chega ela, a temida Nausea, que dura o dia todo!! Com bastante esforço tenho conseguido manter o conteúdo da minha cavidade estomacal, mas isso ajuda o desânimo...

É isso, a natureza faz a gente esquecer a saga que é ficar grávida, só guarda as recordações lindas e românticas (sim, elas existem, mas nesse início de gravidez é bemmm dificil lembrar delas), é a Lei da Procriação (ou qualquer coisa que eu tenha inventado agora mesmo ;P ).

Mas enfim, tudo isso é para explicar um pouquinho do meu sumiço esses dias todos, não tenho conseguido fazer nada que não seja o absurdamete necessário (imaginem o estado das minhas unhas!!)

Mas isso há de passar, pq a Natureza não presta, meus caros! E logo, logo o ânimo volta a toda (mas depois piora, que eu sei, ok!! Não tente me eganar novamente!!)

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Queridas,

muito obrigada pelos parabéns! Já confirmamos com o Beta e com o mal estar! hehe Ainda não fiz nenhuma ultra, mas quando fizer posto aqui a primeira invasão de privacidade com meu bebê, podem aguardar!

Ahh e a barriga tá sinitra!!! Como a barriga do segundo filho aparece absurdamente mais rápido, fico aqui pensando naquelas que tem 4, 5 filhos, devem ficar com barriga de gêmeos, não?

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Malu já dá sinais de que compreendo um pouco o que está acontecendo. Uma fofa, as vezes oferece brinquedos, beija espontâneamente a barriga e tal. Outras horas é uma capetinha e pula em cima de mim, bate na barriga e chuta "tudo suuuuper sem querer", sei...

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Presentinho de aniversário !




Então.....

Eu contei tantos detalhes do meu aniversário e ainda não contei o melhor!!!

Eis que, numa discussão daquelas em que eu explicava pela milésima vez que eu NÃO QUERIA outra caixa de Nhá benta , ou qualquer outra coisa parecida de presente de aniversário, veio o pedido:

-Dani, sabe o que eu quero de aniversário?

-Hum?

-Um bebê!!! (pausa para o suspense...)

-Hãn? Um bebê? Ok! Pode deixar!



*****

E ai veio aquele jantar maravilhoso, patati patatá....

Passa dia, passa noite e.... Ué?

-Dani, não veio nada ainda...

-Veio o quê, amor?

-Dani... NÃO VEIO!!!

-Normal Gabi, vc sabe que quado vc quer engravidar fica meio doidinha e a mestruação atrasa... Relaxa que ela vem.

-Tá...

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Bom... Acho que em 2011 ela vem, hehe!!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Nadando contra maré ou "Slow Parenting "



Outro dia recebi um email de uma das milhares de listas que participo e esse em especial me chamou a ateção.

Ele era sobre "Slow parenting" ou algo como "educando sem pressa". Este é um movimento que defende a educação das crianças sem superestimularmos, sem a pressa das agendas cheias, sem os cronogramas semanais e sem a pressão de estarmos criando o novo Einstein.

Acho essa idéia maravilhosa, mas muito difícil de levarmos na vida real, não que seja impossível ;)

Imaginem, quando Malu nasceu, nasceu com ela mil e uma expectativas o que é bastante natural quando vem ao mundo ser tão amado e desejado.

Lembro inclusive de ouvir parentes comentando que seria uma boa fazer uma previdência para ela que seja útil para pagar sua faculdade, sentiu a pressão, né? Isso porque a gete nem sabe se ela vai querer fazer faculdade, e ela nem foi alfabetizada!! hehe

Fico impressionada com essa neura que temos sobre o desenvolvimento dos bebês/crianças, essa corrida para o estrelato, este desejo insaciável de sermos os pais do futuro prêmio Nobel.

Esse desejo louco de estarmos sempre na frente, na escola que melhor estimula seu filho, colocando ele para aprender a segunda e a terceira língua desde cedo, a competição entre a mães desde de os primeiros arrotos, o primeiro a sentar, a engatinhar...

O foco me parece ser sempre num desenvolvimento liear e ascendente, as crianças vão sendo estimuladas a competir desde cedo, são exigidas ao seu máximo, fazem mil cursinhos e aulas extras (e depois ninguém entende da ode vem a Hiperatividade).

Me lembro de ter conversado com uma cohecida que tinha um bebê da idade da minha filha e ela me contava orgulhosa como seu filhotinho já tinha aulas de inglês (ele ainda mal falava.... o português), visitei creches com aulas de informática e períodos repletos de atividades.

Por falar nisso, os brinquedos também entram nessa compulsão ao aprendizado, nada mais é por acaso, é divertido e bonito. Tudo tem uma função, um porquê, estimulam isso ou aquilo. O que são aqueles "Baby Einstein"s da vida? E aquelas pessoas que ODEIAM música classica, mas que um dia leram que aquilo ajudava o desenvolvimento intelectual das crianças e as forçavam a escutar 1 hora por dia (no fone de ouvido, pq nem eles mesmo aguentavam isso).

Parece que o medo do fracasso é aterrorizante e que, não seguir o desenvolvimento linear É fracassar e ponto.

Como você não estimula seu filho a aprender logo, você pode perder alguma janela de desenvolvimento! ( E você pode perder o simples prazer de descobrir o mundo COM o seu filho e não PELO seu filho!!!!! ok, ok, nem sempre eu respondo isso!)

Aqui em casa eu tento não encher Malu de brinquedos (não sou muito bem sucedida neste aspecto) e não me incomodo que ela misture tudo e faça bagunça, pois acho que faz parte do desenvolvimento DELA, se ela quer misturar massinha vermelha com verde, qual o problema???

Mas uma coisa eu consigo fazer (ainda), deixar que ela comande a brincadeira, que ela tenha tempo livre, que aproveite como bem enteder, sem atividades educativas e direcionadas.

Não quero que ela pinte dentro das bordas!! Quero, ou melhor, pretedo que ela desenhe suas próprias bordas!!

Lembro de conversar com a coordenadora da escola da Malu e ficar contente dela pedir para não colocarmos Malu de volta na natação já que ela já estava entrando na escolinha e que era estímulo o bastante para uma pequenininha.

Fico contente em vê-la brincando de sucata, ver as crianças no integral brincando à vontade pelo pátio, sem grandes direcionamentos.

Ano que vem Malu cotinuará na mesma salinha enquanto os outros amiguinhos mais velhos seguiram para a próxima turma e isso realmente não mexe comigo, fico contente em saber que eles respeitam o tempo de cada um e que o tempo da minha filha será respeitado, por mais espertinha que ela seja (e toda mãe acha que seu filho é) ela não tem desenvolvimento motor e emocional para seguir adiante e isso não significa um atraso para ela, muito pelo contrário é um respeito ao seu tempo e o fortalecimento de suas bases, para que seja possível, depois, seguir a diante.

Em casa também não forçamos nenhuma dessas atividades "educativas", nada de obrigá-la a arrumar o quarto, catar brinquedos, comer totalmente sozinha... Ela só tem 1 ano e tem muito tempo para aprender.

Nessas horas lembro muito do meu irmão, ele sempre teve tempo livre após a escola e adorava ficar de "bobeira" inventando coisas e estimulando sua criatividade, mas ele também curtia fazer um esporte ou outro. Porém, quando ele estrava de férias..... Eram férias gerais, ele queria ficar em casa, curtindo seu tempo livre, largava todos os esportes e determinava o que faria de seu tempo.

Muitas vezes isso frustrava os seus pais, que queriam levar ele para sair com os amigos ou ir ao cinema e ele simplesmente não queria! Depois foram saber que ele era superpopular no colégio e hoje é um rueiro de marca maior....

Enfim, acho que a gente precisa frear nossos impulsos e deixar nossos filhos curtirem a vida....DELES.

sábado, 14 de agosto de 2010

Do churros ao Olimpo !!!




A última vez que ganhei algo "comestível" como presente de aniversário do meu marido não foi uma boa experiência....

Imaginem a cena:

Barrigão de quase 8 meses, ansiedade a toda e chorando mais do que mocinhade novela mexicana.

Recebo então um embrulho retângular e quando abro: Uma caixa de Nhá Benta!!!!!!!!!!!!!!!

Agora imaginem a reação.....

Ok, ok, tinhamos combinado em gastar pouco,pois Malu estava a caminho e estávamos com toda nossaconta corrente dedicada a carrinhos,fraldinhas,cueiros e decoração do quarto (além do parto e das consultas pré-natais, tudo particular).

Ok também que Nhá Benta é bem gostoso, que grávida ADORA chocolates (e não-grávidas, e homens, e crianças e E.T.s....).

Ahhh,e ok também que o que importa não é o presente,o que vale é a intenção,blá, blá,blá...Mas vamos ser um pouquinho mais realistas, certo?! Eu nunca fui essa pessoa desapegada das coisas materias,FATO!

E convenhamos,quando pedi que ele não gastasse muito com meu presente eu não estava falando que podia ser um churros, certo?!

Bom... A coisa foi bem caótica, com grávida as coisas tomam cada proporção que só quem conviveu de perto com uma é quem sabe!

Enfim, muita água passou depois disso e chegamos a ontem, MEU ANIVERSÁRIO!!

Dessa vez tudo foi surpresa, em geral eu ODEIO surpresas,mas dessa vez eu estava confiante, hehe!

Dani arrumou um destino para Malu e pediu para eu me arrumar "chique". Já estava ansiosa e fiquei mais ainda, mal sabia que me aguardava a melhor experiência gastronômica da minha vida!!!

Quando desci do carro estávamos no Olympe restaurante da família Troisgros !!!!!!!!

Gente que "Magavilha"!!!! O lugar é uma fofura, do salão vemos a cozinha a todo vapor, o pessoal super simpático e a comida..... Hummmmmmmm

Essa era uma daquelas experiências na qual é preciso entrar de cabeça!! Escolher o menu à la carte?? Isso é para os fracos!!! hehe Pedimos o Menu Confiança com 5 pratos, que vem com as ivenções do chef com os produtos do dia, escolha às cegas mesmo.

Nossa, tudo foi perfeito, ok a picanha de cordeiro era meio pelancuda, mas o gosto era maravilhoso. No final o Chef vem à nossa mesa (pena que não era o Claude e sim o seu filho Thomás) cheio de simpatia e pergunta o que achamos. Tecemos mil elogios, mas não resisti e falei que o cordeiro era bem pelacudo - fiquem tranquilos ele é bem aberto e informal, não foi nenhuma gafe daquelas terríveis!! hehe. Ele foi super fofo e falou que a picanha de cordeiro era assim mesmo, que ele tenta tirar o máximo, mas se tirar tudo não sobra nada e pergutou se o resto do prato estava bom. Falamos que sim, ele ficou pensativo e perguntou : Pelo menos o cordeiro estava macio, né?! haha



Esse foi o Cherne com palmito no molho de passas e mais alguma coisa que não lembro. Foi eleito o melhor prato.... Por nós!! hehe


E essa foi uma das maravilhosas sobremesas.

Eu sou fissurada por programas de culinária e sempre curti cohecer restaurantes novos, tenho que admitir, dessa vez o Dani acertou em cheio o presente!!

Agora estou bem mais aberta à "Presentes comestíveis" !!! hehe

Tudo foi maravilhoso, dava até pena de mastigar a comida.

Agora tenho certeza que este aniversário entrará para nossa história, será um daqueles que o Dani contará cheio de orgulho para os netos!!!!

Já o outro... que vai contar sou eu!!! hehe

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E vejam que fofura, Malu dormiu fora de casa pela segunda vez!!! Isso é que é presente, Filhota!!! hehe